As sete parábolas que Jesus ensinou na margem do Mar da Galiléia, perto do fim do seu segundo ano de pregação (Mateus 13; Marcos 4;
Lucas 8) constituem a mais rica coleção de parábolas nos Evangelhos. Esta série de parábolas sobre um tema comum fala da incomparável natureza do reino do céu e dos modos especiais como
cresce.
O cenário para o ensinamento destas irresistíveis lições foi magnífico. No dia em que efe tinha saído de sua casa em Cafarnaum, para sentar-se à margem do Mar da Galiléia, as inevitáveis multidões se comprimiram em volta
dele. Tendo um barco de pesca como seu púlpito e as águas azuis da Galiléia como um amplificador
natural, ele falou às multidões aglomeradas na praia. No
espírito do Sermão do Monte, Jesus busca
ajudar o povo a entender a magnificência do reino de Deus; mas
agora, pela primeira vez, ele o faz com parábolas.
Você jamais se admirou do que acontece com toda a pregação do evangelho que avança no mundo? A cada dia os cristãos falam a milhares de
pessoas. Por que isso tem tão pouco efeito? Teria a
palavra de Deus perdido seu poder nesta "idade moderna"? Há algo de errado com o modo como estamos ensinando-o? Não estamos usando os métodos certos para engrandecer o reino? Foram questões notavelmente similares a
estas que perturbaram o prisioneiro João Batista, quando ele enviou seus discípulos ao Senhor, para lhe perguntarem se ele era o
Messias ou apenas outro precursor (Mateus
11:t-6). Toda a sua insistente pregação no deserto, as enormes multidões expectantes, o anúncio do iminente reino do céu, para que tinham vindo? Ele estava na casa da prisão de Herodes por causa de
seu distúrbio, e aquele no qual ele tinha repousado toda a sua
esperança estava ensinando, ensinando, ensinando. Onde estava o
reino? Onde estava o poder? Onde estava a glória? A resposta de Jesus
foi precisa. Ele não procura fortalecer a fé incerta de João com promessas de maravilhosas coisas que viriam. Ele estava fazendo, ele
disse, exatamente o que precisava ser feito. Justo como anos atrás Isaías tinha profetizado a era vindoura: os doentes seriam
curados (35:5-6) e os pobres teriam o
evangelho pregado a eles (61:1-2). Ele então acrescenta, gentilmente, mas com firmeza, "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de
tropeço" (Mateus 11:6). O que o
Senhor estava dizendo aos discípulos de João, e a todos os outros que o estavam ouvindo, é que o reino do céu é completamente diferente dos reinos deste mundo e os
instrumentos de seu crescimento e aumento não são mundanos. Riqueza,
intriga, glória e poder político não têm lugar dentro dele. Alguns
judeus, não conseguindo entender isto, tinham ficado desencantados
com os passos aparentemente pausados do céu e resolveram estabelecer o domínio de Deus pela força (Mateus 11:12). Esta mentalidade
ainda vive, especialmente naqueles que, descontentes com o que os modos do
Senhor estão conseguindo, tomam o
reino em suas próprias mãos presunçosas e buscam cumprir por astúcia humana o que a graça e a sabedoria do Todo-Poderoso deixou, em suas mentes, de realizar. Isso
pode ser visto no circo carnal em que muitas igrejas modernas se tornaram.
Estas igrejas têm sua própria agenda de
"sucesso" e pegam nos instrumentos carnais para o conseguirem. Não são todos que Jesus pretende levar ao seu reino. Isto é um fato duro de se encarar. Jesus agradeceu
ao Pai porque ele tinha ocultado "esfas coisas dos sábios e entendidos, e as revelara
aos pequeninos" (Mateus 11:25), e então chamou os
"pequeninos" a ele: "Vinde a mim todos os que estais
cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28).
Esses foram os eventos, junto com os subsequentes conflitos do Senhor com
seus críticos entre os escribas e fariseus, que formavam o pano
de fundo para a pregação das parábolas junto ao Mar, e a
primeira delas, a parábola do semeador, aborda especialmente a questão porque o reino do céu às vezes cresce tão lentamente, porque seus meios não são espetacularmente carnais, e porque nem todos os que ouvem o chamado do evangelho respondem. Esta
ilustração da semente e os solos não é somente uma reprovação daqueles que, perdendo a confiança na sabedoria do céu, tentarão construir o reino eterno em alguma outra coisa que não a pregação da palavra de Deus, mas também é um grande encorajamento
para aquelas almas sinceras cujo espírito evangelista tem sido
duramente testado pelo que parece ser uma constante rejeição do evangelho. Para eles a
tentação é crer que há alguma coisa inadequada com eles, alguma falha técnica, algum manuseio inábil da palavra. Esta parábola muito especial diz que
não é necessariamente assim, e
insta com cada discípulo a continuar pregando Cristo com segurança e expectativa!
por Paul Earnhart
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